Por que Enfermagem em Devir?

Esta revista nasceu em 2025, fruto da inquietação de um pesquisador independente que, inspirado pelo pensamento rizomático, vislumbrou a necessidade de criar um espaço editorial que não seguisse linhas únicas, rígidas ou hierarquizadas. O pensamento rizomático é uma abordagem filosófica desenvolvida por Gilles Deleuze e Félix Guattari, que propõe pensar estruturas e ideias de forma não linear, não hierárquica e em rede. Diferente de modelos tradicionais que organizam o conhecimento de maneira rígida, com início, meio e fim, o rizoma organiza-se em conexões múltiplas e flexíveis, e permite que diferentes pontos se relacionem de maneiras inesperadas.

Aplicado à enfermagem, esse pensamento sugere que o cuidado e o conhecimento não seguem uma única direção ou metodologia fixa. Ao invés disso, desenvolvem-se a partir de interações, encontros e processos contínuos de transformação, assim como os rizomas crescem e se expandem em várias direções, criando uma rede viva de relações e aprendizagens. Tal como um rizoma, Enfermagem em Devir se propõe a multiplicar conexões, dar visibilidade a diferentes vozes e sustentar uma enfermagem que se constrói em redes, encontros e movimentos.

O nome da revista expressa uma escolha que é também um posicionamento. “Devir” remete a movimento, transformação, processo contínuo de construção. Ao escolhermos este termo, afirmamos que a enfermagem não é algo pronto, fixo ou acabado, mas uma ciência, uma prática e uma forma de cuidado que se reinventa no encontro com as pessoas, comunidades e contextos.

Assim, Enfermagem em Devir busca acolher e dar visibilidade a produções que não apenas descrevem a realidade, mas que a problematizam e tensionam, abrindo caminhos para novas formas de compreender, pesquisar e exercer a profissão. Mais do que um título, “devir” é a marca do compromisso desta revista com uma enfermagem plural, crítica e sempre em movimento.

Nosso propósito é criar um espaço que valorize a diversidade epistemológica e metodológica, capaz de reunir vozes distintas que dialogam com a filosofia, as ciências sociais e humanas, a saúde coletiva, a prática assistencial e a pesquisa em saúde e enfermagem. Assim, a revista afirma sua missão de contribuir para uma enfermagem que se reinventa, resiste e se projeta para o futuro.